quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sair do sofá, sempre?

Por outro lado, embora a Internet, com os seus blogs e fóruns, cause muita euforia e vontade de participar, esta euforia não chega com metade da intensidade no que diz respeito às artes digitais. A ideia de que a arte possa ser usada e manipulada pelos anteriores espectadores é algo estranho. Não deixa de provocar curiosidade e provavelmente vai ser um género de arte que vai florescer no futuro, sem, contudo, tirar lugar às outras formas de arte, mais convencionais.Da mesma forma, a Internet não vai tirar o lugar aos outros meios de comunicação, já que não parece provável que o ser humano deseje e aguente ser constantemente solicitado a fazer acontecer tudo à sua volta. No nosso dia-a-dia já temos de tomar as decisões e actuar para que a vida siga em frente do modo que desejamos, temos de agir para ganhar dinheiro e agora, também temos de agir nos momentos de lazer e descontracção. Mas sempre? Será que o ser humano abdicará do prazer de ver um filme no cinema, ouvir uma música na rádio, saber as notícias do mundo pela televisão, deitar-se no sofá em frente a este aparelho e deixar-se engolir por cada um deles sem ter de fazer absolutamente nada a não ser carregar num botão para que comece? Na minha opinião, somos demasiado sedentários para isso, além de que seria exaustivo ter de criar os nossos próprios momentos de descanso, aqueles em que não queremos fazer nada.

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